sábado, 15 de outubro de 2011

Coisas alheias #8

Era noite. Fria e calada. Preenchida, às vezes, pelo som dos carros insistentes. Deitada e minha cama, coberta até as orelhas, olhava incansavelmente o relógio: 4h da manhã.
Não havia sono o suficiente que pudesse preencher a vontade que eu tinha. A vontade de sentir o calor emanado da sua pele se transferindo à minha. Em silêncio, lágrimas caíam de meus olhos. O porquê, eu não sabia. Só sabia que era preciso que elas saíssem. Algo doía, e eu também não sabia o quê era. Talvez fosse a vontade imensa de te trazer agora para perto de mim. De sentir suas mãos dedilhando minhas costas. De ver seu sorriso bobo, e sentir o seu cheiro da curva de seu pescoço. Talvez, no meio da noite, eu tenha virado uma criança, com medo, muito medo do escuro. Ou talvez um medo inexplicável de se perder algo que se ama muito. E que precisasse de um abraço, somente. Daquele abraço. Do seu abraço.

(Priscila G.)

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